O dia 26 de junho foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional de Combate às Drogas. A enfermeira, Alexandra Cristina de Moura, 40 anos, atua no pronto socorro do Hospital São Rafael, há cinco anos, e conta que diariamente atende pessoas que consumiram drogas, e precisam de atendimento hospitalar. “Quando temos alguma pessoa neste estado no pronto socorro, de imediato, verificamos as condições do paciente, como a pressão e o metabolismo, e conforme a avaliação do médico, fazemos a introdução dos medicamentos, hidratação, etc.” explica. Além dos casos momentâneos, há também os pacientes em estado mais grave, e que precisam de internação. “Nós internamos aqueles que precisam de um acompanhamento e depois, fazemos o encaminhamento da pessoa para a Casa de Saúde do município. As vezes tal processo pode demorar um pouco, por conta da burocracia” conta.
A droga legalizada
A enfermeira confessa que diante das situações vividas por ela na rotina do pronto socorro, uma das drogas que mais afeta as pessoas é o álcool. “Quando usamos o termo “drogas” de imediato já pensamos em entorpecentes, e outras substâncias, porém, o álcool também é uma droga que prejudica muito a vida das pessoas. As vezes por ser legalizada, ninguém dá muita importância, ou não se atenta ao grande risco que o vício dela pode gerar” confessa. Segundo a enfermeira, existe um caso recorrente de pacientes com idade de 40 à 50 anos, que chegam para ser atendidos por conta do uso excessivo de bebida alcoólica. Há casos de pessoas que já são alcoólatras e não conseguem se livrar do vício. Acabam fazendo o uso do álcool, misturam com medicação, passam mal e precisam de atendimento médico. A profissional também ressalta o risco do uso dos demais entorpecentes, e conta que em geral, são pessoas jovens que chegam em busca de atendimento por conta destas outras substâncias.
O alerta desde cedo
Para a enfermeira os pais precisam desde cedo, orientar os filhos quanto ao perigo, e ao mal relacionado ao uso de drogas. “Muitos pais apenas dizem, que droga faz mal e não pode usar, o que é incorreto. A pessoa que experimenta a droga pela primeira vez, ela não se senta mal. O primeiro contato da substância no organismo, gera prazer para quem está usando” explica. Ou seja, para Alexandra o ideal a se fazer é dizer aos filhos, ou a qualquer outro jovem, que está à mercê de muitas coisas, que momentaneamente a droga vai gerar um bem estar, vai ser algo prazeroso. Entretanto, conforme o uso for dela for aumentando, o resultado a longo prazo, é sempre ruim. “Quando uma pessoa está em situação de vicio ela para de viver, nada mais é importante do que a droga. E é isso que devemos transmitir aos jovens” afirma.
As drogas no mundo
Segundo um último Relatório Mundial sobre Drogas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), cerca 250 milhões de pessoas em todo o mundo consomem algum tipo de entorpecente. Desse total, quase 30 milhões apresentam transtornos relacionados ao consumo, incluindo a dependência. Ainda conforme o documento, as drogas mais fatais são as opioídes, como a heroína e derivados sintéticos. Em 2015, pelo menos 190 mil pessoas morreram devido ao consumo de diferentes drogas.